sábado, 12 de março de 2011

Não consigo , simplesmente isso.Antes,eu só tinha de pegar lápis,não importava onde eu estava,ou como estava,bastava o mínimo de mim pra colocar encantamento no papel.Eu conseguia seduzir as pessoas,conseguia fazê-las sentir o que eu sentia na penumbra da minha alma,mas de um jeito que as fazia querer mais,querer mais de mim Conseguia fazê-las me amarem e odiarem com tanta intensidade,que as deixava tontas e sem fala.Era como ter uma bomba-relógio nas mãos,ser dona da resposta da charada,ser a indagação,o mistério e a solução .Pode ser exaltação demais,mas as palavras,apesar de rápidas e fortes,fazem você resolver-se,te impede de tropeçar em si mesmo,te protegem não só do mundo mas de si.Você tentar esconder-se delas,mas elas estão em todas as partes,’observando e  esperando pra serem usadas a seu favor ou não,’Eu fazia elas terem fome das minhas palavras,tão delicadamente arrumadas ,em posições cálidas,pacientes mas urgentes,que fazia quem as contemplasse  pensar que no momento,o mundo não passava de mentira em comparação ao que estava escrito.Elas tinham sede,elas tinham ânsia,eu lhes causava arrepios,eu causava medo,elas temiam o momento de lê-las e de terminá-las,elas se identificavam não só comigo,mas com elas próprias e eu adorava o olhar de ‘tirou as palavras da minha boca’ ,eu adorava os elogios sem fim,que as vezes se limitavam a um silêncio  abismal e lágrimas nos olhos , mão tremendo e coração pulsante...
Nunca imaginam o quão importantes são as palavras. A comunicação, o sentimento, a poesia que é conseguir coordená-las a meu favor, me tornando a dona do jogo, a neutra e inclusa.Elas te fazem crescer,elas te fazem voar,elas te fazem você.Elas podem te destruir profundamente,elas podem te redimir a pó,elas podem te fazer ter consciência do quão ínfimo ,mínimo e pequeno você é.E eu me sinto assim,estou vulnerável e dependente,estou sem vida, estou nua sem minhas palavras.
('Playing God' de Paramore.Essa sim é a explicação exata pra o nome do blog.)

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