quinta-feira, 24 de março de 2011

Conto do encontro.

E de repente, foi como num sonho ruim. Estavam os dois lá, sozinhos. Analisando a olhos curiosos o outro. Depois de uns longos segundos, ambos sentiram nojo do ser estranho a frente.
O homem moderno olhou a figura que tinha a sua frente mais animalesca que humana. Ele era meio encurvado, com trapos de pele de animal, cheirando a gordura e sangue, com pêlos escuros emaranhados por todo seu corpo. Trazia em suas mãos uma espécie de taco de madeira e uma expressão raivosa por baixo das sobrancelhas grossas e unhas longas. Ele era alto também.
O homem das cavernas viu o homem de terno e gravata, óculos que pareciam outros olhos pra ele, com o cabelo brilhando de gel, sapatos lustrados, alto também e pasta na mão.
Os dois tiveram medo. Não sabiam o que esperar.
Mas, não houve tempo para isso.
 Não sabiam em que tempo estavam e podia haver animais por ali. Estava escurecendo e logos eles podiam chegar, Olharam em volta, pra procurar lenha e não acharam nada. Estavam em um local que aprecia deserto. Viram alguns gravetos, mas eles não seriam suficientes. Arrancou a pasta do homem moderno de repente e jogou os papéis,que eram importantíssimos pra a empresa na qual trabalhava,jogando-os na fogueira, já acesa com um fósforo que estava no bolso de seu paletó.
Sentaram em volta dela. Olharam o fogo e depois se olharam, mas não como antes.
Nenhum viu roupas, objetos, ou aparência.
Olharam, finalmente pra os olhos e pra alma do outro,
E descobriram no fim a resposta daquele encontro.
Haviam se esquecido de que eram apenas homens.
Sorriram.

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